Bruce Dickinson compara políticos brasileiros a diabo e canta música que ficou 41 anos sem ser tocada
Bruce Dickinson toca rara do Iron Maiden no The Town 'Flash oh the Blade' Com ou sem Iron Maiden, Bruce Dickinson é de casa. Neste domingo (7), o vocalista com...

Bruce Dickinson toca rara do Iron Maiden no The Town 'Flash oh the Blade' Com ou sem Iron Maiden, Bruce Dickinson é de casa. Neste domingo (7), o vocalista comprovou no The Town que ainda está com a voz e o fôlego em dia, cantando a plenos pulmões enquanto corria por toda a extensão do palco. FOTOS: Veja imagens do 2º dia FOTOS: Famosos no festival O inglês de 67 anos é um fenômeno mundial, mas especialmente brasileiro: já veio tanto ao Brasil (cerca de sete vezes nos últimos cinco anos, aliás), que virou até cidadão honorário de Curitiba. E a julgar pelo público no The Town, ele não tem dificuldade em reunir os fãs mesmo sempre estando por aqui. “Hoje é especial, porque fazem 40 anos da primeira vez que toquei aqui”, contou o inglês que virou curitibano de coração. Mais tarde, ele relembrou que se machucou na primeira vinda, e puxou um coro de “Olê, olê, olê, Bruce”. Como faz desde os anos 1990, o músico prefere deixar de fora os grandes cenários e toda a teatralidade que marca o trabalho do grupo; aqui, o conceito é ele mesmo e seus vocais operísticos, ainda em plena forma. Bruce Dickinson canta ‘Tears of the dragon’ no The Town Ele abriu com “Accident of Birth”, um de seus “clássicos” solo, ancorado em poderosos riffs de duas guitarras e uma bateria inquieta. O solo de uma keytar também não fez mal. As músicas de Bruce já exigem muito vocalmente, mas como é de praxe, ele ainda insistiu em andar e gesticular sem parar. O cardio compensa: é difícil tirar os olhos do palco se o vocalista não para quieto. Vale mencionar que, em todas as últimas vindas ao Brasil, Bruce trabalhava com um repertório pouco renovado. Ele não lançava um disco solo de inéditas desde “Tyranny of Souls”, de 2005, mas isso não o impediu de imaginar diferentes shows. Geralmente, o cantor trazia diferentes mesclas do seu trabalho com o do Maiden – ou um show em homenagem a Jon Lord, como foi em 2023. Mas agora ele tem novidades. Em 2024, Bruce lançou o “Mandrake Project”, seu primeiro álbum solo em quase 20 anos. O disco conceitual acompanhou uma história em quadrinhos, “mas se você não conhece, não se preocupe”, adiantou o músico. Do trabalho, a faixa “Resurrection Men” entrou para este show, e Dickinson aproveitou para brincar na percussão. Não é o repertório preferido dos fãs – alguns acham o disco mais folk que metal –, e talvez por saber disso, Bruce ficou mais lúdico. Bruce Dickinson se apresenta no The Town 2025 Fábio Tito/g1 “Vocês veem esse vidro na minha mão?”, questionou, segurando o ar. “Vamos conjurar espíritos esta noite”. Outra fala curiosa foi na introdução da faixa “Rain on the Graves”, descrita como o momento em que você “anda pela rua em direção a um velho cemitério”. “E você vê um homem grande e alto com uma roupa preta e rabo e chifres e olhos ardentes vermelhos. E você diz: 'Quem é esse bosta? É um político brasileiro?'. Não, não é tão ruim assim. É apenas o diabo”, brincou. De toda forma, os fãs estavam curtindo, mas não cantaram tanta coisa. A maioria preferiu ficar balançando a cabeça, como manda a cartilha metaleira. Exceto por “Tears of the Dragon”, claro, hora dos vídeos e um emocionante coro da galera. E “Book of Thel”, que foi a hora oficial da rodinha punk. Talvez sabendo que não precisava de refrões conhecidos para engajar a galera, Bruce fez uma escolha nada óbvia para fechar o show. Nada de hit do Maiden: a única música da banda que entrou para o show não é um dos grandes sucessos, nem um single recente. Bruce foi de "Flash Of The Blade", faixa do disco “Powerslave”, de 1984. A música nunca tinha sido tocada ao vivo, nem por ele nem pela banda, até esta turnê do cantor iniciada em agosto. Pra quem sentiu falta de mais, Bruce não pretende deixar muita saudade. Em entrevista à Globo, o cantor já adiantou que volta em 2026, agora com o Iron Maiden. E neste show, mencionou vir também em 2027. Cartela resenha crítica g1 g1 VÍDEOS The Town 2025: 2º dia