Morte do músico mineiro Célio Balona revolve os primórdios das carreiras de Milton Nascimento e Wagner Tiso
Célio Balona e Seu Conjunto (com Balona ao centro ao lado de Wagner Tiso e Milton Nascimento) em 1963 ou 1964 Reprodução / Facebook Wagner Tiso ♫ MEMÓRIA ...

Célio Balona e Seu Conjunto (com Balona ao centro ao lado de Wagner Tiso e Milton Nascimento) em 1963 ou 1964 Reprodução / Facebook Wagner Tiso ♫ MEMÓRIA ♫ Na quinta-feira, a notícia da morte do acordeonista, pianista e vibrafonista Célio Balona Passos (17 de dezembro de 1938 – 4 de setembro de 2025) em Belo Horizonte (MG), aos 86 anos, vítima de infarto, entristeceu o meio musical mineiro. Célio Balona, como o multi-instrumentista assinava como artista, foi um dos maiores nomes da música da capital mineira. E grandes nomes tocaram com ele, já consagrados ou em início de carreira. A propósito, a saída de cena de Balona revolve os primórdios das trajetórias profissionais de Milton Nascimento e Wagner Tiso, vistos ao centro, ao lado de Balona, na foto acima, tirada presumivelmente em 1963 – ano que Milton se mudou para Belo Horizonte (MG), vindo de Três Pontas (MG) – ou 1964. O cantor e o pianista passaram pelo conjunto de Balona na primeira metade dos anos 1960. Célio Balona comprou o primeiro acordeom aos 13 anos e começou a trabalhar como músico nos bailes da vida mineira (e também em bares e churrascarias) aos 14 anos. Por ser amigo de Marilton Borges, Balona frequentava a casa dos Borges, lar extremamente musical de espírito acolhedor e gregário também frequentado por Milton. Contudo, foi através do compositor e músico Pacífico Mascarenhas (1935 – 2024) que Célio Balona conheceu Milton Nascimento. Foi Pacífico quem deu a dica a Balona de que havia um cantor novato de grande qualidade vocal se apresentando em bar do Edifício Maletta, reduto boêmio de BH. Balona foi lá, gostou do que viu (e ouviu) e contratou Milton para ser o crooner do conjunto que fundara em 1960. Um tempo depois, Wagner Tiso foi admitido como pianista do conjunto de Balona. Ambos ficaram no grupo por uns dois anos, antes de rumarem para o Rio de Janeiro (RJ) para fazer história na música brasileira. Célio Balona até arriscou umas idas para o Rio, mas logo voltava para Belo Horizonte (MG), cidade onde construiu um nome de respeito. O legado de Célio Balona e seu Conjunto está perpetuado em álbuns como Música 18 kilates (1962), Balona é o sucesso (1963), Em ritmo de amar (1966) e Balona espetacular (1967). Milton Nascimento e Wagner Tiso não figuram nesse discos, embora Balona espetacular traga registro instrumental de Travessia (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967), mas Célio Balona é nome para sempre associado ao começo de carreira do cantor e do pianista, gigantes da MPB.